domingo, 26 de junho de 2016

Trânsito - Alterações nas Ruas Centrais e "Ciclovia" (Parte 2)


     Na mesma apresentação que fizemos durante recente sessão da Câmara Municipal, comentamos também, além das alterações de trânsito, sobre a implantação (e retirada) de uma pretensa ciclovia na parte baixa da Avenida Barão do Rio Branco.

     Em data recente, fomos procurados por comerciantes e moradores da região, para conversarmos sobre a implantação de pintura na Avenida, demarcando uma área reservada a ciclistas e a consequente redução de vagas de estacionamento, uma vez que o sistema de 45º seria substituído pelo estacionamento paralelo. Em contagem feita pessoalmente, verificamos que as 41 vagas existentes anteriormente eram reduzidas para 27.


    Em nossa explanação, afirmamos a mesma consideração de que as mudanças não tinham passado pelo IPPUC, sendo, desta forma, apenas palpites não baseados em estudos técnicos. 


     Felizmente, após a mobilização ocorrida, na qual sugerimos aos envolvidos que conversassem diretamente com o Prefeito Municipal, visando a reversão daquela medida, pudemos observar, satisfeitos, que a pretensa "ciclovia" foi abolida.

     O projeto inteiro desta ciclovia fazia ainda outras intervenções na cidade, ampliando a ciclovia por toda a extensão da Avenida, da Getúlio Vargas, da Benedito Ponciano, da Victor Baptista Adami, Salgado Filho e outras vias de nossa cidade. Cada um destes locais tem particularidades que, em nossa opinião, inviabilizam a idéia da maneira em que foi imaginada, o que nos fez desenvolver um trabalho que foi apresentado em Palavra Livre na Câmara de Vereadores. 

     Em primeiro lugar, é necessário dizer que soluções para a mobilidade urbana têm que ser adotadas com toda a brevidade e com muito estudo de viabilidade. A adoção de meios alternativos de transporte é uma das maneiras de melhorar a cidade para todos. A melhoria do sistema de transporte coletivo, tornando-o acessível e funcional para todos, é a maior e melhor medida que podemos tomar. 

     Neste sentido, as ciclovias são parte de um projeto de mobilidade urbana que, além de propiciar atividades de lazer, também podem ser o estímulo à substituição do meio de transporte. Porém, duas grandes (gigantes) considerações tem que ser feitas para este programa em Caçador. 

     1 - Vivemos em uma cidade fria. Os invernos (e também outonos e primaveras) de nossa cidade não são propriamente convidativos ao deslocamento através de bicicletas, especialmente em horários próximos do nascer e do pôr do sol.

     2 - Topografia. Caçador tem como característica a presença de muitas e acentuadas aclividades, o que dificulta sobremaneira a utilização de bicicletas, a não ser por atletas e pessoas extremamente preparadas para tanto. A pretensa implantação de uma ciclovia na Rua Victor Baptista Adami é, em nossa opinião, um despropósito tão grande que não precisa nem ser discutido. 

     Feitas estas ressalvas, apresentamos alguns estudos que existem há bastante tempo e não são de minha autoria, mas que podem ser extremamente benéficos para a cidade. 

     Com baixo custo de implantação e a possibilidade de crescimento paulatino da extensão, sugerimos a adoção, preparo e implantação de uma ciclovia que facilmente tem o potencial de servir de "linha mestra" a toda a cidade. Temos a felicidade de sermos uma cidade que nasceu, cresceu e desenvolveu-se em torno da linha férrea. Este espaço, que margeia o Rio do Peixe e, portanto, localiza-se no ponto mais baixo e mais plano de todo o município, permanece relativamente livre e desimpedido para que uma pequena faixa de asfalto, de cerca de 1,20m de largura, possa ser utilizada, para que uma ciclovia que sirva para lazer, deslocamentos e redução de distâncias possa ser implantada. 

     A partir desta "linha mestra", novos trechos, observando-se as possibilidades topográficas, poderiam ser adicionados aos poucos, tornando o transporte por bicicleta uma alternativa viável. Finalmente, a integração deste modal com o transporte público, através de espaços próprios para a acomodação de bicicletas neste transporte, garantiria a total integração do sistema. 

    
   Evidentemente, este é um projeto de longo prazo, dependente de muitas variáveis, mas é um caminho firme e seguro, trabalhando no sentido de viabilizar alternativas de mobilidade urbana para a cidade. 

     Não seria pintando asfalto, disputado e necessário para ciclistas, pedestres, comerciantes e moradores, que criaríamos automaticamente estas condições.