Por muitas vezes abordamos, aqui neste blog, na Câmara Municipal, e também em conversas com as autoridades de trânsito e de planejamento urbano da Prefeitura Municipal, assuntos relacionados ao trânsito da área central de nossa cidade.
É um tema espinhoso e difícil, ampliado pela proporção de veículos em nossa cidade que chega a espantosos 1 carro para cada 2 habitantes.
Desta forma, desde o início do mandato, temos solicitado, sugerido e mesmo cobrado a presença de um engenheiro de tráfego, se não efetivo, ao menos contratado para um período de análises, planejamento e implantação de soluções que permitam uma melhor fluidez a nosso trânsito.
Recentemente apresentamos, na Câmara, o resultado de um estudo, leigo é verdade, que realizamos a respeito das recentes alterações promovidas na área central. Já havíamos conversado na DITTESC a este respeito e, diante da afirmação que as alterações aconteceriam, independentemente de nossa concordância, utilizamo-nos da tribuna para tecer nossas considerações.
Além de apresentar nossas próprias sugestões pontuais para alguns problemas, o principal enfoque que apresentamos foi a preocupação do não envolvimento de profissionais da área, tais como engenheiros, arquitetos e urbanistas, no planejamento de mudanças profundas no trânsito. Demonstramos, em apresentação, os principais "pontos de gargalo" que seriam criados, em nosso entender, com as alterações em vigor, apenas transferindo o problema de lugar.
Caçador conta com um Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, o IPPUC, que não foi sequer consultado para a efetivação das recentes mudanças. Desta forma, a gestão do trânsito passa a ser apenas uma questão de palpites, que podem ou não funcionar.
Em relação às mudanças que estão sendo implantadas, registramos na Câmara que gostaríamos que estudos técnicos tivessem sido realizados e, agora com a situação já implantada, obviamente torna-se necessário a avaliação ao longo do tempo para dizer se é ou não benéfica. No entanto, registramos a nossa preocupação que as mudanças poderiam causar mais problemas que soluções.
Agora, 15 dias depois da implantação, vemos que o caos total não está instalado, porém considero que a única razão para que isto não tenha acontecido é o desligamento do semáforo entre a Avenida Barão do Rio Branco e a Rua Getúlio Vargas. Nunca fui um grande adepto destas sinaleiras de 4 tempos. Se era apenas desligar a sinaleira, talvez não precisasse de tantas alterações e aumentos de percursos como o que estamos vivenciando.
De qualquer forma, neste momento é melhor darmos o tempo necessário para os testes e parabenizarmos os caçadorenses que mostram uma incrível resiliência e capacidade de adaptação a situações adversas.
Contudo, volto a frisar minha preocupação com a administração gerida não por estudos e planejamentos, mas sim apenas palpites.
A pretensa "Ciclovia", instalada e retirada, merece um capítulo à parte nesta narrativa.